domingo, 10 de outubro de 2010

Tô Velha Demais pro Mundo

Olá pessoas,

atenta ao direcionamento que estão tomando os meios de comunicação e que, por vezes, fazem com que me sinta inadequada, estou velha para os olhos da mídia, do comércio, das escolas, das grifes, enfim, do mundo “moderno”.

Claro que é estranho, incoerente mesmo, até porque agora eu tenho como pagar pelas coisas, o que não acontecia dos meus 16 aos 30 anos, sim, parece que essa é a faixa etária eterna.

Tudo o que é mostrado hoje como atual é para um grupo muito específico, e têm “obrigado” alguns a tomarem atitudes extremas, exageradas e muitas vezes ridículas, as pessoas estão achando que para estarem inseridas no mundo moderno não podem envelhecer!

Eu fico assustada quando encontro certas pessoas com a pele muito mais lisa do que a minha, sem nenhum fio de cabelo branco, usando roupas de “modinha” e que eu sei que são mais velhas, por vezes, muito mais velhas do que eu.



Toda vez que chega alguma conhecida e diz: olha, coloquei botox! Tenho vontade de responder, azar seu.

Tá eu conto, tenho 41, mas aparento ter 40 (faz a maior diferença \o/), na verdade eu não faço idéia da idade que aparento, me sinto meio extraterrestre, pouco uso cremes para pele, ainda não pinto os cabelos, mas tem doido que ainda me acha interessante, rsrsrsrsrs.

Mas eu optei por não ter muita vida social o que me permite não sofrer tantas cobranças, mas posso ter escolhido não ter muita vida social exatamente para não sofrer essas cobranças, enfim, eu acabei acompanhando os avanços tecnológicos, mantendo meu trabalho, contatos profissionais e pessoais “via vida virtual”, e como disse o Alvim, “o mundo é muito plural pra gente ficar preso só ao que é visível, vendido, empurrado goela a dentro pela mídia”. Esse padrão imposto de forma cruel que escraviza as pessoas precisa ser questionado. Será mesmo que se eu não for magra, estiver maquiada e com roupas da moda eu não sou aceitável para o grupo? Será mesmo que é isso que vai fazer a diferença quando o que eu procuro é uma boa conversa ou contatos profissionais? E tudo o que li, que aprendi, que desenvolvi, tudo que eu tenho de experiência não serve pra nada se não estiver na “embalagem” que a mídia impõe?


Minha mãe dizia, na década de 70, quando eu era criança “não vai assistir novela, novela emburrece”. Ela já percebia que nas novelas todo mundo tem dinheiro, casas incríveis, um guarda roupas invejável e que a maioria das pessoas, as de verdade, tinham que ralar muito pra ter um par de tênis e uma calça jeans, infelizmente hoje tem gente que acha que novela é vida real.

O mundo virtual acabou sendo, para aqueles que optam por isso, um meio de conhecer pessoas pelo que elas são, muitas vezes nós conversamos com alguém que talvez nunca venhamos a encontrar pessoalmente e encontramos afinidades sem saber se são grandes, novas, azuis, gordas, anãs, negras, cegas, velhas, bonitas, fanhosas, anoréxicas, ruivas, tatuadas, tortas, carecas, enfim, me lembra quando eu era pequena lá em Santo André e escrevia cartas para leitores de revistas em comum, agora fui longe heim? As revistas de variedades, e até os gibis tinham a sessão de cartas, onde você fazia um comentário, mandava um recado pro pessoal da edição e dizia que gostaria de fazer amizade com pessoas que gostavam daquela revista ou de um tema específico, gente, não da risada, era muito legal, desta forma também eram criados os Fã clubes, viu Alvim?


Assim como nos Chats, era uma forma de conhecer pessoas de outros Estados, chegava até a dar casamento! Voltando aos dias de hoje, eu não estou me referindo a chats onde a primeira pergunta é sempre: como você é? Eu costumava responder  (disse “costumava” porque usei pouco os chats, desisti rápido) que eu era corcunda, manca, tinha 1,50m, pesava 85 quilos e minha pele era amarela por causa de uma hepatite crônica. Comecei bons papos assim, kkkkkkkkkkkk.



Atualmente algumas revistas ainda tem essa tradição, essa imagem é da revista Nestlê com Você

Sou muito incrédula, mas tenho que concordar com o Alvim quando ele diz que “nós temos que escolher onde queremos andar, com quem nos relacionamos e com o que nos preocupamos”, pois pessoas legais, desprovidas de preconceitos, conscientes do seu papel no mundo existem, só precisamos dar um jeito de reunir esses grupos.

Por sorte as pessoas dominadas pela moda, as preconceituosas, as fúteis, são, a cada dia, mais facilmente detectáveis.

Apurem seus detectores de gente legal e vamos viver um mundo paralelo ... viajei né?

Smack!

@millorfernandes:  Viver com simplicidade, cada dia é mais complicado.

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